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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Brains



E eu finalmente morri...
Da pior forma possível
Virei o jantar das pessoas que eu mais amava!


A noite começou calma
Parecia que tudo ficaria bem
3 anos desde sua morte.
3 anos sem você
Levaria flores ao seu tumulo
Sentia tanto sua falta.
Visitaria também o tumulo de minha mãe
Levando apenas minha bolsa e 2 arranjos florais
Vestida de preto sai de casa.
O cemitério era próximo de minha casa.
Caminhei ate La com meu mp3 no talo ouvindo qualquer coisa que expressasse minha dor.
O lugar transmitia calma.
Respirei fundo passando pelos portões
As lapides que eu queria eram no canto mais afastado do cemitério
Minha mãe e o único homem que amei!
Tudo bem que eu so tinha 18 anos,
Mas era isso ou nada.
Coloquei as flores em seus túmulos e me sentei na grama entre eles
Lagrimas queimavam meu rosto
Tirei papel e caneta da bolsa e as palavras surgiram
Falhadas pelas lagrimas que molhavam o papel
Quisera eu morrer
Viver em paz
Ou apenas ter um final feliz.
Morrer sendo devorada por zumbis
Morrer sugada por um vampiro
Morrer dilacerada por um lobisomem
Simplesmente, fatalmente morrer...”
Comecei a ouvir uns grito do lado de fora do cemitério mas dei de ombros
Aumentei o volume quando tocava Place for a Damned – Lezwieliza
Encarava o nada enquanto ouvia a musica
Uma nevoa estranha começou a correr rasteira pelo cemitério
Estava a minha volta
A aura do lugar mudou
Como se algo de muito ruim estivesse acontecendo.
Lembrei de filmes que eu vi e ri
“Zumbis não existem!”
Fechei os olhos por um minuto respirando fundo
O lugar tinha um cheiro estranho
Cheirava coisa podre, como se os caixões estivessem abertos
Meu coração saltou quando uma mão pegou meu braço.
A mão saia do tumulo de minha mãe.
Minhas forças sumiram de uma hora pra outra
Senti que desmaiaria
Me forcei a levantar e correr mas nesse momento a mão do meu falecido namorado agarrava meu tornozelo me fazendo cair no chão.
Olhei em volta e com horror percebi
Os mortos estavam levantando...
Eu tive que rir e me beliscar.
Só podia ser brincadeira
Não existia outra possibilidade...
Existia. A fabrica que tinha perto da cidade era de armamento militar...
Meu coração saltou ao ver minha mãe com seu vestido bege de sepultamento e meu namorado com seu terno preto. Cannibal Puppets começou a tocar e eu levantei. Num impulso corri esbarrando contra outros vários mortos que levantavam.
- Cérebro...
Eles diziam enquanto levantavam de seus túmulos.
Alguns podres ainda em decomposição,
Alguns mais ossos que tudo.
Chegando na rua que dava entrada para o cemitério a vizinhança era um caos.
Carros batidas, pessoas correndo gritando.
Zumbis mastigando cabeças.
Tropecei em uma perna e gritei
O zumbi que a comia se virou para mim
- Cérebro
Ele disse com os olhos vazios, sai correndo em direção a minha casa...
Onde iria me esconder o que eu faria?
Entrei no elevador esperando que a luz não acabasse.
Mas acabou.
Entre o quarto e quinto andar. Eu morava no décimo
Sentei-me no chão do elevador. Desolada de tristeza.
Porque isso estava acontecendo...
Eu teria que mata-los ou eles me matariam
Sequei as lagrimas de meus olhos quando a luz voltou e o elevador subiu.
Empurrei a porta gritando por meu pai e com horror que vi
Um zumbi mais podre do que os que vira comia-o
Como um animal selvagem ele mordia seus intestinos e puxava.
Mastigando os pedaços como se fosse o mais saboroso dos pratos.
Náuseas me invadiram
Eu vomitaria ali mesmo
Voltei de onde estava e desci pelas escadas ate a rua.
Quando vi estava encurralada.
Minha mãe de um lado
Meu namorado do outro
Era a minha hora. Sentei no chão
Eu não lutaria
Eu não tinha armas
Não tinha nada a não ser papel e caneta
Eles se aproximaram, grunhindo coisas ininteligíveis
Eu me arrepiei
Mas olhei fixamente o nada.
Travei meu corpo e esperei a morte
Meu namorado mordeu-me o braço fazendo-me gritar.
Ele riu enquanto minha mãe mordia um pedaço de minha coxa
Eu nunca havia tanto desejado a morte como eu a desejava agora
Morrer comida por zumbis...
Minha mãe me deitou mordendo meu pescoço.
Senti o sangue me molhar as roupas
Enquanto meu namorado mordia minha pela minha blusa minha barriga
Gritei de dor sentindo minhas tripas serem comidas de meu corpo comigo viva
Olhei para cima com um ultimo resquício de forças para ver minha mãe cravar os dentes em minha cabeça...
Depois disso foi providencias foram tomadas... os corpos cremados
E eu finalmente morri...
Da pior forma possível
Virei o jantar das pessoas que eu mais amava!

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